sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Danilo Napolitano sempre a abrir!


Danilo Napolitano (Lampre) voltou a demonstrar o sua velocidade de ponta, vencendo a segunda etapa da Volta a Portugal, que hoje uniu Vila Viçosa a Castelo Branco, numa extensão de 165,5 quilómetros. Napolitano arrancou com uma cadência impressionante, não dando margem de manobra aos adversários. Francisco Pacheco (Barbot-Siper), o mais vitorioso do pelotão português em 2008, repetiu o segundo lugar de ontem, cabendo o terceiro lugar a Tyler Farrar (Garmin-Chipotle). O pelotão cumpriu a ligação em 4h10m44s e nele chegou Rubén Plaza (Benfica), que, assim, manteve a camisola amarela.

A chegada ao sprint começou a desenhar-se a pouco mais de 5 quilómetros da chegada, quando Felix Cardenas (Barloworld), que esteve em fuga durante 160 quilómetros, foi absorvido mercê do esforço dos homens da Lampre. Na abordagem à meta, foi o Benfica que ocupou os primeiros lugares do pelotão, na tentativa de lançar Cândido Barbosa para um sprint vitorioso. No entanto, o lançador do “foguete” de Rebordosa, Pedro Lopes, foi deixado na frente do pelotão muito cedo, acabando por não ser possível repetir os lançamentos que tantas glórias deram a Cândido nos tempos da União Ciclista da Charneca.

A etapa teve uma fuga de cinco elementos que começou a desenhar-se mal foi dada a partida real. A iniciativa partiu do colombiano Felix Cardenas, que desferiu o primeiro golpe. Na resposta, juntaram-se-lhe quatro corredores, Joaquim Gregório (CC Loulé), Jean Demarret (Cofidis), José Rodriguez (Extremadura-Ciclismo Solidario) e Alejandro Paleo (Karpin Galicia).

O entendimento foi sempre muito bom entre o quinteto, que não se deu sequer ao trabalho de discutir os lugares de passagem nas metas volantes. A excepção foi a contagem de montanha em Vila Velha de Ródão. José Rodriguez atacou para manter a camisola verde no seio da sua equipa, mas a resposta de Demarret foi fortíssima, acabando por ser o homem da Cofidis a passar na frente. Ainda assim, Ignacio Sarabia I(Extremadura-Ciclismo Solidario) conservou a camisola de melhor trepador.

A vantagem chegou a superar os oito minutos, mas o Benfica, na defesa da camisola amarela de Rubén Plaza, acelerou o pelotão e reduziu aquela diferença a metade. Entendendo que seria a vez de as equipas dos sprinters darem o seu contributo, os benfiquistas levantaram o pé e foi a vez de as camisolas da Lampre e da Barbot-SIper se darem a ver na cabeça da coluna. Esta passagem de testemunho na perseguição acabou por permitir novo incremento da diferença dos fugitivos à passagem pela meta volante de Vila Velha de Ródão. Aí, a 45,9 km da meta, a vantagem rondava os 5 minutos. Paleo perdeu o contacto, deixando a escapada ao cuidado dos outros quatro elementos.

Na última vintena de quilómetros, o pelotão estirou-se a grande velocidade pelas estradas albicastrenses e a diferença para os fugitivos ia baixando. Quando a vantagem estava no minuto e meio, o mais credenciado dos fugitivos, Felix Cardenas, resolveu partir em solitário e abandonou os companheiros de aventura. Foi um esforço inglório, interromido pela marcha violenta do pelotão, à falta de cerca de 5,5 quilómetros para o final.

Feita a junção, foi a vez de os sprinters dizerem de sua justiça, num espectacular final de etapa que premiou com a beleza do ciclismo as milhares de pessoas que se deslocaram à recta da meta. Danilo Napolitano foi o melhor, não permitindo a Francisco Pacheco repetir a vitória alcançada no mesmo local em 2007.

Classificações
José Carlos Gomes
Foto: PAD/JLS

1 comentário:

Anónimo disse...

Aprendi muito