quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Nuno Ribeiro vence no alto


Nuno Ribeiro (Liberty Seguros) atacou para a vitória no Alto da Senhora da Assunção, local onde estava instalada a meta da sétima etapa da Volta a Portugal. O corredor de Valongo desferiu uma ofensiva no começo da subida e ninguém foi capaz de alcançá-lo, apesar de a subida ter sido feita a elevada velocidade e com muitas movimentações no pelotão.

Os mais trabalhadores foram os homens do Benfica, sempre incoformados no grupo do camisola amarela: José Azevedo, Danail Petrov, José Azevedo e Rubén Plaza passaram pela frente da perseguição a Nuno Ribeiro. Também Tiago Machado (Madeinox-Boavista) tentou endurecer o ritmo, numa fase em que o seu rival na luta pela camisola da Juventude, Daniel Martin (Garmin-Chipotle) aparentava dificuldades. O irlandês acabaria, no entanto, por resistir e por ganhar dois segundos ao português.

Todas estas movimentações foram insuficientes para retirar o triunfo a Nuno Ribeiro, que completou os 177,8 quilómetros da etapa, iniciada na Póvoa de Varzim, em 4h07m31s, à espantosa média de 43,1 km/h. Na segunda posição, a sete segundos de Ribeiro, chegou o seu companheiro de equipa Héctor Guerra, seguido, ainda que com o mesmo tempo, de David Blanco (Palmeiras Resort-Tavira).

Nas contas finais, Héctor Guerra tirou dois segundos à desvantagem que tinha para Blanco, mas este também se aproximou do camisola amarela, Rui Sousa. O líder cedeu nos quilómetros finais e a sua camisola amarela está agora presa por apenas 41 segundos, face a David Blanco. Apesar disso, pode dizer-se que a tirada não correu bem ao galego do Tavira, uma vez que o seu grande rival é Guerra, que lhe ganhou tempo.

O começo desta etapa foi tirado a papel químico daquilo que já víramos nas jornadas anteriores. Muitas tentativas de fuga prontamente anuladas por um pelotão sempre veloz e atento. Na primeira hora correram-se 49,6 quilómetros. Foi preciso esperar pelo quilómetro 73 para que um grupo conseguisse destacar-se.

O ataque de sucesso foi encetado por onze ciclistas: Bruno Castanheira (Benfica), Filipe Cardoso (Liberty Seguros), Alexis Rodriguez (Fercase-Rota dos Móveis), Alejandro Marque (Palmeiras Resort-Tavira), Jacek Morajko (Madeinox-Boavista), Pedro Soeiro (CC Loulé), Mauro Santanbrogio (Lampre), Arkaitz Duran (Scott-American Beef), Hugo Sabido (Barloworld), Brice Feillu (Agritubel) e Oleg Chuzhda (Contentpolis-Murcia).

Das equipas portuguesas apenas a Barbot-Siper não colocou qualquer elemento na escapada, até porque não precisa destas iniciativas para conquistar protagonismo. Após o grande essforço das etapas passadas para proporcionar chegadas em pelotão a Francisco Pacheco, os pupilos de Carlos Pereira optaram por resguardar-se na tirada de hoje.

A poupança dos corredores da Barbot-Siper deixou as despesas da perseguição unicamente ao cuidado da Liberty Seguros. Talvez por isso a fuga teve mais margem de manobra do que é costume. Ao contrário do que é uso, com o avolumar dos quilómetros percorridos, a diferença ia crescendo. A equipa do líder optou por não forçar o ritmo, dando claramente a entender que optaria por não correr riscos: partindo em vantagem não queria arriscar perder alguma dessa vantagem nas bonificações da meta, pelo que preferia que esses segundos ficassem na posse dos corredores que pedalavam destacados.

Com o pelotão aparentemente desinteressado de alcançar os fugitivos, o entendimento entre os homens da frente mostrava-se bom. No grupo de onze elementos adiantados, saltavam à vista três corredores, clientes habituais das aventuras nesta Volta: Jacek Morajko, Hugo Sabido e Oleg Chuzhda, sem dúvida dos mais combativos desta prova.

Quando tudo corria de feição para os interesses dos onze da dianteira, a Ceramica Flaminia-Bossini Docce, sem motivo aparente, resolveu moldar outra situação de corrida. Tendo assumido a cabeça do pelotão e acelerado bastante a marcha, os companheiros de equipa de Ricardo Martins - que hoje desistiu - começaram a fazer cair bastante a margem dos escapados.

Feito o principal trabalho de perseguição, coube ao Benfica rematar o labor para acabar de vez com a fuga, que se mantinha com cinco dos onze elementos, quando o sopé do Monte Córdoba estava cada vez mais perto. Mal se iniciou a escalada, o pelotão absorveu os aventureiros que restavam, Sabido e Chuzhda.

Com o Benfica a tentar marcar um ritmo constante, mas não demasiado forte, de modo a que Cândido Barbosa mantivesse opções de lutar pelo triunfo na etapa, a Liberty resolveu mexer na corrida, lançando Nuno Ribeiro serra acima. Foi uma iniciativa coroada de êxito, já que o vencedor da Volta a Portugal de 2003 conseguiu ser o mais rápido na etapa, oferecendo o segundo triunfo parcial nesta prova à Liberty Seguros.

José Carlos Gomes
Foto: PAD/JLS

1 comentário:

RUUULAAA TEAM disse...

Apesar de estar imensa gente, acho que estaria um pouco menos que o ano passado, não? Mas é impressionante. Sou sincero, quando soube que a volta, o ano passado iria terminar lá pela primeira vez, nunca pensei que fosse chamar tanta gente. É impressionante mesmo. Talvez pelo que se tem vivido ultimamente no ciclismo... Estará a perder muito mesmo. É pena pois todos nós sabemos que é um desporto de massas...

Forte abraço e um grande bem haja para vocês amigos.

Continuem.

Talvez nos vejamos hoje em Fafe ou amanhã em Mondim.

(p.s.: Ponham lá o Jornal Ciclismo com 200 páginas)