quarta-feira, 20 de agosto de 2008

E o "Foguete" apitou 100 vezes!


Cândido Barbosa (Benfica), o foguete de Rebordosa, alcançou hoje a centésima vitória da carreira e a primeira de águia ao peito, ao ser o mais rápido na sexta etapa da Volta a Portugal, que ligou Aveiro a Gondomar, numa extensão de 170,6 quilómetros. Num final de etapa muito nervoso e rápido, num percurso sinuoso de rotundas, curvas e contracurvas, Cândido Barbosa sprintou de raiva e atingiu a marca histórica de cem sucessos. O grande dominador das chegadas massivas desta prova, Francisco Pacheco (Barbot-Siper), teve de contentar-se com a segunda posição, ao passo que Martin Garrido (Palmeiras Resort-Tavira), primeiro a arrancar na ponta final, foi o terceiro.

A luta em pelotão foi possível depois de o grande grupo ter anulado a fuga do dia, quando esta estava reduzida a dois elementos, à falta de quatro quilómetros para o final.

A etapa, à semelhança do sucedido nas jornadas anteriores, começou em bom ritmo, o que dificultou a formação de uma fuga consistente. Isso só viria a acontecer quando o pelotão já tinha deixado 47 quilómetros para trás. Nessa altura, saltaram sete ciclistas para o comando da corrida. O grupo que animou a tirada era constituído por Bruno Barbosa (Fercase-Rota dos Móveis), Célio Sousa (Madeinox-Boavista), Alexandre Oliveira (CC Loulé), Vitaly Buts (Lampre), Israel Perez (Extremadura-Ciclismo Solidario), Gonzalo Rabuñal (Karpin Galicia) e Oleg Chuzhda (Contentpolis-Murcia).

Enquanto os fugitivos tentavam aumentar a sua vantagem, no pelotão um dos grandes favorits à vitória na Volta passava por dificuldades. David Blanco (Palmeiras Resort-Tavira) caiu, mas as escoriações não impediram de retomar o seu lugar no grande grupo. O azar do galego não se ficou por aqui, dado que ainda foi vítima de uma avaria.

O grupo de escapados também não teve uma jornada isenta de contratempos, dado que um engano no percurso atrasou a sua marcha e quebrou-lhe o ritmo. Apesar disso, a diferença chegou aos 5m35s, quando estavam percorridos 70 quilómetros. No pelotão, as operações foram sendo comandadas pelas equipas que, nos últimos dias vêm dando a cara ao vento: Liberty Seguros, Barbot-Siper e Benfica.

Os quilómetros finais foram uma autêntica prova de eliminação, dado que os corredores que integravam a fuga foram perdendo o contacto com a frente de corrida. Os mais resistentes acabaram por ser Célio Sousa e Oleg Chuzhda, apenas alcançados a quatro quilómetros do fim, numa altura em que as forças da Barloworld se juntaram aos esforços das restantes equipas que encabeçaram a perseguição, dando o golpe de misericórdia nas pretensões dos homens mais combativos do dia.

A alta velocidade a que se disputaram os quilómetros finais provocou um endurecimento da corrida, que permitiu a Cândido Barbosa bater os sprinters mais puros. Rui Sousa (Liberty Seguros) teve mais uma etapa sossegada, conseguindo o seu primeiro objectivo: passar, amanhã, nas imediações da sua terra - Barroselas - vestido de amarelo.

Em declarações no final da etapa, Cândido Barbosa referiu que a sua vitória no Campeonato da Europa de Sub-23 (1996) é provavelmente o triunfo mais saboroso da sua carreira.

José Carlos Gomes
Foto: PAD/JLS

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